Flavio de Oliveira em 22/02/2008 11:05
Quero dizer o seguinte, rapidamente.
Isso tudo, esse intercâmbio, essa contribuição para o carnaval carioca, isso tudo é inegável e é muito bom. Porém acho primordial que os parintinenses segreguem muito bem o que é carnaval e o que é festival. Porque esse intercâmbio tem mão e contra-mão, quero dizer, é um fluxo que vai e que vem, de modo que, se Parintins influenciou o carnaval carioca, diria até que revolucionou o carnaval carioca, no presente, agora, nesse momento, noto que é o carnaval carioca que se insurge na arena do bumbódromo, perigando o Festival vir a se tornar uma Sapucaí requentada, em plena Amazonia, que turista nenhum terá interesse de ver. Compreenderam? Entendo que o CARNAILHA seria o desaguadouro natural dessas influências provenientes da Sapucaí, mas não, jamais o Festival, que precisa ser revisto urgentemente para erradicar sua face ca cada dia mais com folguedo de Momo, e retornar à sua origem como folguedo junino. Quando digo folguedo junino, quero dizer jovial, alegre, popular, inocente, ingênuo, belo, único, diferente.
Carnaval é a festa da carne, das lipo-aspirações, dos glúteos turbinados, da lascívia, enfim, do exagero e, às vezes, do mau-gosto, como é o caso da recentemente vetada alegoria do Holocausto e da passista que "perdeu" o tapa-sexo.
Noto inclusive que alguns itens femininos do meu Caprichoso estão "carregando a mão" na sensualidade e na pouca roupa. Me perdoem, não sou contra sensualidade ou pouca roupa, na hora certa e no momento certo, mas lamento dizer que, assim como tenho visto nas apresentações, esse exagero fere a natural inocência e espontaneidade do que se espera num folguedo junino...